Por que as mulheres sentem vergonha de ter suas próprias necessidades?

A Importância de reconhecer e atender às próprias necessidades: um caminho para o autocuidado feminino

Aline Facundes

11/14/20242 min read

woman in red jacket standing on beach during daytime
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Por que as Mulheres colocam as necessidades dos outros em primeiro lugar?

Desde cedo, muitas mulheres são ensinadas a atender às necessidades dos outros, colocando-se em segundo plano. Esse padrão, enraizado em nossa cultura, influencia a forma como nos percebemos e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.

Mas como isso afeta a maneira como as mulheres enxergam suas próprias necessidades? E por que é essencial quebrar esse ciclo para construir um caminho de autocuidado verdadeiro? Vamos explorar essas questões e entender como cultivar o respeito por nossas necessidades pode transformar nossas vidas.

A prática de antecipar e atender às necessidades alheias é frequentemente vista como uma virtude feminina. Desde pequenas, somos condicionadas a pensar que nossa função é cuidar, apoiar e estar presentes para os outros. Essa expectativa se torna tão natural que, consciente ou inconscientemente, esperamos que nossos próprios desejos também sejam reconhecidos e atendidos.

Entretanto, quando isso não ocorre, muitas de nós sentimos que há algo de errado conosco por desejar um espaço para nossas necessidades.

O impacto de ignorar as próprias necessidades

Quando percebemos que nossas necessidades são, em grande parte, ignoradas, a reação inicial pode ser um sentimento de inadequação ou até vergonha. Pensamos: "Será que estou errada em querer algo para mim?" Essa dúvida nos afasta ainda mais da possibilidade de viver uma vida autêntica, onde possamos cultivar nossos interesses e expressar nossos desejos.

Necessidades como ter tempo para si mesma, ser ouvida, receber apoio e afeto e buscar realizações pessoais são frequentemente negadas às mulheres. A sociedade impõe a ideia de que atividades que dizem respeito apenas a nós mesmas são "egoístas" ou "impróprias".

A armadilha da dedicação exagerada: Quando o “Eu” se perde

Nesse processo de atender a todos, as mulheres acabam, muitas vezes, entregando seu “eu” aos outros. Essa dedicação intensa é celebrada e vista como uma virtude, enquanto as que escolhem priorizar seus próprios caminhos são rapidamente rotuladas como egoístas e acusadas de negligenciar suas relações.

Esse modelo de vida, onde o “eu” fica em segundo plano, é frequentemente internalizado, tornando-se uma espécie de reflexo automático. Muitas mulheres colocam os outros em primeiro lugar sem questionar, mesmo quando ninguém ao seu redor espera essa postura.

Como ouvir suas próprias necessidades: Um direito de todas nós

Validar nossas insatisfações é o primeiro passo para o autocuidado. Ignorar essas necessidades não as faz desaparecer; pelo contrário, apenas acumula frustrações. Ouvir e respeitar nossas próprias necessidades e desejos é um direito essencial de todas nós, e aprender a criar espaço para sentir e desejar é um processo que pode levar tempo. Porém, é um aprendizado que nos possibilita construir um caminho mais genuíno e que realmente responde à nossa essência.

Ao criar espaço para nossas necessidades, começamos a nutrir um caminho mais autêntico e que responde à nossa alma. Esse processo não é imediato, mas vale cada passo. Valorizar o autocuidado e o respeito por si mesma permite que as mulheres reconectem-se com suas verdadeiras vontades, promovendo uma vida mais saudável e equilibrada.